À medida que o turismo de verão atinge novos picos em Portugal, o horário alargado em restaurantes em Portugal revela-se uma vantagem competitiva ainda subaproveitada. Apesar do aumento do tráfego pedonal e da procura por refeições fora dos horários tradicionais, a maioria dos estabelecimentos mantém rotinas fixas — encerrando cedo e perdendo oportunidades claras de receita. Esta análise da DIG-IN mostra como os operadores que apostam em horários alargados estão a captar mais clientes, gerar maior receita e criar fidelização em períodos de maior movimento.

Os dados da DIG-IN mostram que com o aumento do tráfego turístico em Portugal durante o verão, muitos restaurantes continuam a fechar portas nos horários de maior procura—perdendo receita significativa.

69%
Estão a Perder Procura Turística
A maioria fecha antes ou abre depois da hora de pico
+23%
Receita por Mesa
Ganhos associados ao serviço noturno
+18%
Receita Diária
Gerada por locais que captam o movimento da manhã

Padrões de Procura em Mudança, Horários que Não Acompanham

Os turistas não comem como os locais. Jantares entre as 21h e 23h são comuns, sobretudo entre visitantes estrangeiros habituados a horários mais tardios. De manhã, o movimento também cresce: cidades costeiras reportam até +40% de tráfego pedonal antes do meio-dia, impulsionado por grupos turísticos e viajantes em negócios.

Apesar disso, muitos restaurantes mantêm rotinas tradicionais — fechando à tarde ou encerrando por volta das 22h. O resultado é um desencontro claro entre presença do cliente e disponibilidade do restaurante.

O Custo de Fechar Quando Há Procura

Restaurantes que estendem o horário de funcionamento estão a colher benefícios reais:

  • +23% de receita por mesa no serviço noturno
  • +18% de receita diária ao captar o movimento da manhã
  • Maior fidelização de clientes que transformam visitas em hábito

Estes horários alargados já não são apenas uma vantagem sazonal — são uma estratégia operacional sustentável para quem acompanha a procura.

Quando a Cultura Está Alinhada, Mas o Negócio Fica para Trás

A cultura de refeições tardias já existe em Portugal — especialmente no verão. Jantar entre as 20h e 22h é prática comum. Os turistas alinham-se facilmente a esse ritmo. Ainda assim, muitos restaurantes continuam fechados nestes períodos, criando lacunas de serviço em zonas urbanas e turísticas.

Segundo o relatório “Tourism Trends and Policies” da OCDE, a flexibilidade operacional é um dos fatores-chave para capturar valor em destinos com fluxo turístico elevado.

O Sucesso Exige Operação Inteligente

Estender o horário não é apenas “ficar aberto mais tempo”. Os restaurantes com melhor performance combinam horários mais longos com melhorias operacionais:

  • Turnos alternados para manter energia nas equipas
  • Menus ajustados por horário, reduzindo desperdício e complexidade
  • Equipas polivalentes, que alternam entre pequeno-almoço, almoço e jantar
  • Tecnologia de apoio, como POS em tempo real, pedidos por QR code e agendamento digital

Ao alinhar o serviço com a procura real dos clientes, os operadores conseguem manter a qualidade e aumentar a eficiência.

Casos Locais, Lições Nacionais

Algumas regiões já mostram como vale a pena adaptar:

  • Algarve: extensão dos horários resultou em +34% de receita, com destaque para bebidas e pratos de margem elevada
  • Lisboa e Porto: reforço dos horários de pequeno-almoço e jantar tardio ajudou a reduzir a perda de mesas não aproveitadas
  • Regiões turísticas: clientes mais satisfeitos e maior recorrência durante a época alta

Estender Sem Sobrecarregar

Os operadores mais eficazes não estendem apenas — ajustam estrategicamente:

  • Serviço noturno: menus simplificados, foco em bebidas e partilhas
  • Início da manhã: pequenos-almoços leves que complementam a preparação para o almoço
  • Ajustes sazonais: horários maximizados no verão, ajustados nas épocas intermédias

O Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) sublinha a importância da sazonalidade operacional na restauração para responder a padrões de mobilidade e gasto dos turistas.

O Custo de Manter o Status Quo

Com o regresso do turismo e a evolução dos hábitos de consumo, manter horários limitados é, na prática, dizer “não” a clientes prontos a gastar. Os dados mostram que os 31% dos restaurantes com horários alargados não só sobrevivem — prosperam.

Para operadores indecisos, o verão é o laboratório perfeito: ajustes pequenos, com monitorização ativa, podem provar se a mudança faz sentido financeiro para o formato e localização em causa.

Para saber mais sobre como os restaurantes portugueses estão a adaptar-se a novas preferências, veja também as nossas análises sobre restaurantes adaptativos ao clima e otimização para refeições em família.

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