À medida que o turismo de verão atinge novos picos em Portugal, o horário alargado em restaurantes em Portugal revela-se uma vantagem competitiva ainda subaproveitada. Apesar do aumento do tráfego pedonal e da procura por refeições fora dos horários tradicionais, a maioria dos estabelecimentos mantém rotinas fixas — encerrando cedo e perdendo oportunidades claras de receita. Esta análise da DIG-IN mostra como os operadores que apostam em horários alargados estão a captar mais clientes, gerar maior receita e criar fidelização em períodos de maior movimento.
Julho 2025
Os dados da DIG-IN mostram que com o aumento do tráfego turístico em Portugal durante o verão, muitos restaurantes continuam a fechar portas nos horários de maior procura—perdendo receita significativa.
Estão a Perder Procura Turística
A maioria fecha antes ou abre depois da hora de pico
Receita por Mesa
Ganhos associados ao serviço noturno
Receita Diária
Gerada por locais que captam o movimento da manhã
Padrões de Procura em Mudança, Horários que Não Acompanham
Os turistas não comem como os locais. Jantares entre as 21h e 23h são comuns, sobretudo entre visitantes estrangeiros habituados a horários mais tardios. De manhã, o movimento também cresce: cidades costeiras reportam até +40% de tráfego pedonal antes do meio-dia, impulsionado por grupos turísticos e viajantes em negócios.
Apesar disso, muitos restaurantes mantêm rotinas tradicionais — fechando à tarde ou encerrando por volta das 22h. O resultado é um desencontro claro entre presença do cliente e disponibilidade do restaurante.
O Custo de Fechar Quando Há Procura
Restaurantes que estendem o horário de funcionamento estão a colher benefícios reais:
- +23% de receita por mesa no serviço noturno
- +18% de receita diária ao captar o movimento da manhã
- Maior fidelização de clientes que transformam visitas em hábito
Estes horários alargados já não são apenas uma vantagem sazonal — são uma estratégia operacional sustentável para quem acompanha a procura.
Quando a Cultura Está Alinhada, Mas o Negócio Fica para Trás
A cultura de refeições tardias já existe em Portugal — especialmente no verão. Jantar entre as 20h e 22h é prática comum. Os turistas alinham-se facilmente a esse ritmo. Ainda assim, muitos restaurantes continuam fechados nestes períodos, criando lacunas de serviço em zonas urbanas e turísticas.
Segundo o relatório “Tourism Trends and Policies” da OCDE, a flexibilidade operacional é um dos fatores-chave para capturar valor em destinos com fluxo turístico elevado.
O Sucesso Exige Operação Inteligente
Estender o horário não é apenas “ficar aberto mais tempo”. Os restaurantes com melhor performance combinam horários mais longos com melhorias operacionais:
- Turnos alternados para manter energia nas equipas
- Menus ajustados por horário, reduzindo desperdício e complexidade
- Equipas polivalentes, que alternam entre pequeno-almoço, almoço e jantar
- Tecnologia de apoio, como POS em tempo real, pedidos por QR code e agendamento digital
Ao alinhar o serviço com a procura real dos clientes, os operadores conseguem manter a qualidade e aumentar a eficiência.
Casos Locais, Lições Nacionais
Algumas regiões já mostram como vale a pena adaptar:
- Algarve: extensão dos horários resultou em +34% de receita, com destaque para bebidas e pratos de margem elevada
- Lisboa e Porto: reforço dos horários de pequeno-almoço e jantar tardio ajudou a reduzir a perda de mesas não aproveitadas
- Regiões turísticas: clientes mais satisfeitos e maior recorrência durante a época alta
Estender Sem Sobrecarregar
Os operadores mais eficazes não estendem apenas — ajustam estrategicamente:
- Serviço noturno: menus simplificados, foco em bebidas e partilhas
- Início da manhã: pequenos-almoços leves que complementam a preparação para o almoço
- Ajustes sazonais: horários maximizados no verão, ajustados nas épocas intermédias
O Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) sublinha a importância da sazonalidade operacional na restauração para responder a padrões de mobilidade e gasto dos turistas.
O Custo de Manter o Status Quo
Com o regresso do turismo e a evolução dos hábitos de consumo, manter horários limitados é, na prática, dizer “não” a clientes prontos a gastar. Os dados mostram que os 31% dos restaurantes com horários alargados não só sobrevivem — prosperam.
Para operadores indecisos, o verão é o laboratório perfeito: ajustes pequenos, com monitorização ativa, podem provar se a mudança faz sentido financeiro para o formato e localização em causa.
Para saber mais sobre como os restaurantes portugueses estão a adaptar-se a novas preferências, veja também as nossas análises sobre restaurantes adaptativos ao clima e otimização para refeições em família.
Metodologia DIG-IN: Análise baseada em 130 categorias de formato de restaurante e padrões de horário de funcionamento nas zonas turísticas e urbanas de Portugal durante o verão de 2025.