om cada vez mais sol e turistas nas ruas, as esplanadas em Portugal deixaram de ser apenas um atrativo sazonal para se tornarem uma verdadeira vantagem competitiva. Segundo dados da DIG-IN, 46% dos restaurantes já aderiram ao formato ao ar livre — e estão a beneficiar com classificações mais altas, visitas mais longas e maior receita. Esta análise revela como a aposta nas esplanadas está a redefinir o sucesso no setor da restauração portuguesa.

Revolução das Esplanadas em Portugal: Como 46% de Adoção Está a Impulsionar o Sucesso na Restauração

Os dados da DIG-IN mostram que com o clima solarengo de Portugal e as expectativas cada vez mais exigentes dos clientes, as esplanadas tornaram-se uma das ferramentas mais poderosas para o sucesso na restauração.

46%
Taxa de Adoção
Dos restaurantes portugueses já oferecem lugares ao ar livre
+13,2%
Melhor Classificação dos Clientes
Comparando restaurantes com e sem esplanada
54%
Lacuna de Mercado
Mais de metade dos restaurantes ainda não aderiram

A Vantagem das Esplanadas: A História de Sucesso do Verão Português

Num país com mais de 300 dias de sol por ano, não é surpresa que as esplanadas estejam a tornar-se o elemento-chave de diferenciação no setor. O que antes era um “extra sazonal” passou a ser uma vantagem competitiva duradoura.

Segundo a análise da DIG-IN a 174 categorias de restaurante, 46% dos estabelecimentos em Portugal já oferecem lugares exteriores — e estão claramente a beneficiar disso. Restaurantes com esplanada têm, em média, +13,2% de avaliação positiva por parte dos clientes face aos espaços interiores.

Panorama Nacional: Onde Está e Onde Falta a Aposta no Ar Livre

De terraços ensolarados em Lisboa a pátios em pedra no Algarve, a análise mostra grandes disparidades regionais:

  • Costa Algarvia: Cidades como Olhão e São Brás de Alportel apresentam 100% de adoção nos restaurantes de casual dining.
  • Destinos turísticos fortes: Lagos e Carvoeiro ultrapassam 92% de adoção, com alta recorrência de clientes.
  • Centros urbanos: Lisboa, Porto e Coimbra continuam com muita margem de crescimento, sobretudo em zonas empresariais e residenciais densas.

Esta tendência está em linha com estudos internacionais. De acordo com o Bromic Hospitality Survey 2024, 69% dos consumidores a nível global preferem refeições ao ar livre, e 90% dos restaurantes que criaram esplanadas durante a pandemia pretendem mantê-las de forma permanente.

O Prémio das Avaliações: Muito Mais do que uma Boa Vista

O que significam +13,2% na média de avaliações? Muito:

  • Clientes permanecem mais tempo: +22% de tempo médio por refeição, aumentando o ticket médio por pessoa.
  • Mais partilhas online: Esplanadas “instagramáveis” geram maior alcance orgânico.
  • Mais flexibilidade: Melhor gestão de grupos, famílias, animais de estimação e reservas de última hora.
  • Perceção de segurança: Em contexto pós-COVID, o ar livre continua a ser associado a higiene e bem-estar.

Do ponto de vista digital, a tendência é inversa: restaurantes apenas com espaço interior registaram 28,9 pontos de engagement digital, enquanto os com esplanadas ficaram pelos 16,5 pontos — o que indica que os clientes estão mais focados na experiência real do que nos ecrãs.

A literatura académica apoia esta conclusão. Um estudo de 2023 publicado na Tourism & Hospitality Research confirma que ambientes abertos e envolventes melhoram significativamente a perceção da qualidade do serviço e a satisfação emocional do cliente.

Oportunidade de Mercado: 54% Ainda Não Aderiram

Mais de metade dos restaurantes em Portugal ainda não oferecem lugares ao ar livre. Isso não é apenas uma oportunidade desperdiçada — é uma fragilidade competitiva.

Estudos da VSAG nos EUA mostram que esplanadas podem aumentar margens de lucro até 65% nos meses de verão. Em Portugal, onde a estação útil vai de abril a outubro, a janela é ainda mais longa.

Implicações Estratégicas para Operadores de Restauração

Para Cadeias:

Auditorias ao portefólio fazem sentido. Cadeias que priorizam otimização exterior — especialmente em zonas turísticas ou com tráfego intenso — podem ter ROI rápido e mensurável. Os +13,2% em classificação traduzem-se diretamente em valorização da marca e aumento do LTV (valor vitalício do cliente).

Para Restaurantes Independentes:

A criação de esplanadas exige menos investimento do que renovações interiores completas — mas tem impacto desproporcionalmente alto na perceção dos clientes. Muitas autarquias até apoiam ou subsidiam licenças sazonais para ocupação exterior.

Para Investidores:

A tendência encaixa perfeitamente no contexto de retoma do turismo. As chegadas internacionais subiram 14,8% no primeiro semestre de 2025 (INE), e o consumo no verão cresceu quase 9% face a 2024 (Banco de Portugal). Restaurantes com esplanadas estão melhor posicionados para captar este gasto de lazer.

De Extra a Essencial: O Futuro das Esplanadas

O verão de 2025 pode ser lembrado como o momento em que as esplanadas passaram de “bom de ter” a “obrigatório”. Com 46% do mercado já adaptado, está a formar-se uma massa crítica — e a vantagem de desempenho já não é especulativa.

Os pioneiros estão a colher os frutos em forma de fidelização, visibilidade e crescimento. Mas para os 54% que ainda não aderiram, o tempo está a esgotar-se. Quanto mais demorar a adaptação, mais difícil será recuperar num mercado onde o ambiente exterior já faz parte da expectativa básica do cliente.

Para mais insights sobre o mercado da restauração em Portugal, veja também as nossas análises sobre restaurantes adaptativos ao clima e oportunidades com horários alargados.

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